Com Lula, Kubitschek ou Rosalba...
Vaia é uma manifestação legítima. É o “aplauso” dos insatisfeitos.
Inaceitável é a agressão.
Espontânea ou não, a vaia é legítima. Faz parte.
O maior ícone da vida pública nacional nas últimas décadas, Lula, teve um Maracanã o vaiando em coro. Getúlio Vargas ouviu vaias. Normal.
Rosalba colhe o que tem plantado. Não está acostumada, sente mais.
Como prefeita, nunca enfrentou greve, não teve oposição ou crise alguma. Voou sempre em céu de brigadeiro.
Na gestão estadual, é diferente. Atores e situações são diferentes.
Infelizmente, ela não se preparou para essa relação e convivência diferentes.
"O que a governadora encarou em Ceará-mirim, era previsível. Tem convivido com isso até em sua terra, Mossoró."
Em qualquer parte do RN onde bota os pés, tem sido assim.
A vaia é a antítese da claque (com seus aplausos remunerados).
Mesmo assim, tem muitas semelhanças com ela, a claque.
Pode ser espontânea e fabricada ou misto de ambas.
Não deve ser ignorada, que se diga.
Juscelino Kubitschek, certa vez, coberto por vaias em um evento, revidou de modo genial:
- “Feliz do país que pode vaiar seu presidente”.
Emudeceu os manifestantes. Arrancou alguns aplausos, em seguida.
Existe um ditado entre bombeiros, que precisa ser adaptado à política também:
- “Nenhum incêndio começa grande”.
Há tempos que Rosalba arde.
Da mesma forma que a governadora não deve se iludir com suas claques, não pode se enganar com as vaias.
A primeira costuma ser falsa. A segunda, pode ser. As duas sempre dizem alguma coisa.
Nada é por acaso. Vale perceber que tudo faz sentido. É uma relação de causa e efeito.
Autor: Carlos Santos
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